Recupera o corpo e a autoestima no pós-parto: estratégias práticas, apoio emocional e Fisioterapia Dermatofuncional para uma recuperação segura e humanizada

Recuperar o corpo e a autoestima no pós-parto: um guia para reencontrar-te

A maternidade é um dos momentos mais transformadores da vida de uma mulher — uma fase marcada por transformações intensas: físicas, emocionais e identitárias.
O pós-parto é um processo que traz um amor desmedido, mas também desafios inesperados, como a estranheza de olhar para um corpo que já não se reconhece.

É um momento em que a mulher precisa de ser olhada e cuidada, não apenas como mãe, mas como um ser humano inteiro.

Quando o corpo já não responde como antes

Durante a gravidez, o corpo passa por alterações significativas para dar vida e nutrir o bebé.
Depois do parto, muitas dessas mudanças não desaparecem de imediato e podem trazer desconforto estético e emocional.

Entre as alterações mais frequentes estão:

• Flacidez abdominal e/ou diástase (separação dos músculos retos do abdómen)
• Estrias e alterações cutâneas (manchas, sensibilidade, desidratação)
• Celulite e retenção de líquidos
• Alterações no peso e no contorno corporal
• Mudanças na mama devido à amamentação
• Cicatriz (em caso de cesariana)

Apesar de serem transformações naturais, podem afetar a autoestima e o bem-estar.

O impacto não é só físico: é emocional

O período pós-parto representa um processo profundo de transformação não só física, como também emocional.
Olhar-se ao espelho e não reconhecer o próprio corpo pode gerar frustração, ansiedade e perda de identidade.

Muitas mulheres sentem-se culpadas por desejar cuidar de si, acreditando que o foco deve ser o bebé.
Outras comparam-se a imagens “perfeitas” nas redes sociais, o que aumenta ainda mais a vergonha e a insatisfação.

Cuidar do corpo nesta fase não é um ato superficial — é parte essencial do equilíbrio global da mulher.
Quando uma mãe se reconcilia com a sua imagem corporal e recupera o bem-estar físico, também fortalece a autoestima e a estabilidade emocional, refletindo-se na relação com o bebé e no ambiente familiar.

O autocuidado é, portanto, uma forma de promover não apenas a saúde materna, mas também a qualidade do vínculo afetivo e do cuidado diário.

Como cuidar de si neste momento?

Cuidar de si e priorizar-se nesta fase não significa falta de amor pelo bebé — pelo contrário, é o que permite estar bem para cuidar dele.

Algumas estratégias que podem ajudar:

• Alimentação equilibrada: comer bem ajuda não só o corpo, mas também a energia e o humor.
• Tempo para si: reservar pequenos momentos para descansar, caminhar, meditar ou simplesmente respirar é essencial.
• Rede de apoio: peça ajuda a familiares, amigos ou grupos de apoio pós-parto — partilhar experiências traz alívio e sensação de pertença.
• Acompanhamento especializado: fisioterapia pélvica, fisioterapia dermatofuncional e exercícios orientados por profissionais podem acelerar a recuperação do corpo.
• Apoio psicológico: se sentimentos de tristeza, ansiedade ou angústia persistirem, falar com um psicólogo pode fazer toda a diferença.

Fisioterapia Dermatofuncional: ciência ao cuidado da puérpera

Baseada em evidência científica, esta área da fisioterapia — ainda pouco conhecida — atua na recuperação estética e funcional do corpo, promovendo saúde e bem-estar.
No pós-parto, pode ajudar em:

• Tratamento da flacidez abdominal e da diástase com exercícios específicos e tecnologias de estimulação muscular e cutânea;
• Melhoria da circulação e drenagem linfática, reduzindo a retenção de líquidos e a sensação de peso;
• Tratamento de estrias e cicatrizes, promovendo melhor elasticidade e cicatrização da pele;
• Redução da celulite e remodelação corporal;
• Promoção da autoestima e confiança, ao devolver à mulher a sensação de controlo sobre o próprio corpo.

O seu corpo conta uma história

Não reconhecer o próprio corpo após a maternidade é uma experiência comum, válida e digna de atenção.
O caminho não é negar as mudanças, mas aprender a respeitar e reconhecer este novo corpo que passou por tanto.

Se se sente assim, saiba que não está sozinha.
Há formas de recuperar a confiança, a energia e, sobretudo, de voltar a sentir-se bem consigo mesma — no seu tempo, sem pressa e com a dignidade que merece.