Mãos dormentes na gravidez? Descobre as causas, sintomas e soluções de fisioterapia que promovem o bem-estar e aliviam os sintomas da parestesia do membro superior.
A parestesia do membro superior em mulheres grávidas é uma queixa frequente, especialmente no segundo e terceiro trimestres da gestação.
Caracteriza-se por sensações de dormência, formigueiro, ardor ou “agulhadas” nos braços, mãos e dedos, sendo frequentemente diagnosticado como Síndrome do Túnel Cárpico.
Durante a gravidez, o aumento do volume abdominal e a alteração do centro de gravidade modificam a postura da gestante, causando sobrecarga nos ombros e na coluna cervical.
Essa postura inadequada favorece a tensão muscular e o comprometimento da circulação nos membros superiores, intensificando os sintomas de dormência.
Além disso, atividades repetitivas e o repouso prolongado podem agravar o desconforto.
A sobrecarga nas atividades diárias, associada por um lado à fadiga muscular e, por outro, às posições mantidas, tende a intensificar o desconforto, especialmente à noite ou ao acordar.
O papel da fisioterapia
A fisioterapia tem um papel fundamental no tratamento e alívio dos sintomas, pela abordagem não invasiva e conservadora, recorrendo a várias técnicas, tais como:
- Alongamentos musculares dos punhos, ombros e cervical, promovendo relaxamento e melhoria da circulação local;
- Exercícios de mobilização neural, que auxiliam na redução da compressão e restauram a função nervosa;
- Drenagem linfática manual, indicada para diminuir o edema e aliviar a pressão sobre os nervos;
- Correção postural e orientações ergonómicas, sugerindo posições que não comprimam o punho ou causem tensão nos ombros;
- Cinesioterapia (movimento) através de exercícios leves e controlados, que estimulam o retorno venoso e mantêm a mobilidade articular.
Cuidados complementares para grávidas com parestesia do membro superior
Pode também ser considerado o uso de uma tala no período noturno para estabilizar o punho em posição neutra e reduzir a compressão do túnel do carpo.
A aplicação de calor local suave pode ser útil para relaxar a musculatura, enquanto o frio é indicado para controlar o edema — sempre sob orientação profissional.
Com acompanhamento adequado, a maioria das grávidas apresenta melhora significativa dos sintomas, que tendem a desaparecer espontaneamente após o parto.
A fisioterapia, aliada a cuidados posturais e exercícios regulares, contribui para o bem-estar materno e para a prevenção de complicações neuromusculoesqueléticas durante a gravidez.
Referências
- Silva, L. M. et al. Síndrome do túnel do carpo na gestação: causas e manejo fisioterapêutico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2021.
- Barbosa, R. A.; Lima, F. T. Intervenções fisioterapêuticas nas alterações musculoesqueléticas da gestação. Fisioterapia em Movimento, 2020.
- Nascimento, A. C. et al. Abordagem fisioterapêutica nas neuropatias compressivas durante a gravidez. Revista de Saúde Materno-Infantil, 2019.
- Bobowik, P. (2019). Effectiveness of physiotherapy in carpal tunnel syndrome (CTS). Advances in Rehabilitation, 33(2), 47–58.