A tua pele muda na gravidez — aprende estratégias eficazes para reduzir o risco de estrias e fortalecer o colagénio.
Como prevenir estrias na gravidez: será a hidratação suficiente?
Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por profundas transformações hormonais e físicas.
A pele, sendo um órgão dinâmico e sensível a essas alterações, tem de se adaptar constantemente: estica, regenera, protege e comunica o que se passa internamente.
Entre as mudanças cutâneas mais comuns, as estrias são sem dúvida as que mais preocupam as futuras mães.
Mas será que consumir frascos e frascos de hidratante será suficiente para evitar esta lesão?
Vamos entender…
1. O que acontece à pele durante a gravidez
A pele é composta pela epiderme (camada mais superficial) e pela derme (camada mais profunda).
É na derme que se encontram as fibras de colagénio e elastina, responsáveis pela firmeza e elasticidade.
Durante a gravidez, estas estruturas sofrem modificações significativas:
- Estiramento mecânico, sobretudo no abdómen, mamas e coxas;
- Alterações hormonais, que afetam a produção de colagénio e a retenção de água;
- Aumento da perda de água transepidérmica, fenómeno em que a pele perde humidade para o ambiente, tornando-se mais seca e vulnerável.
2. Estrias na gravidez: causas e fatores de risco
As estrias gravídicas são uma das alterações cutâneas mais frequentes, afetando entre 50% e 80% das grávidas.
São o resultado da ruptura das fibras elásticas e colágenas da derme, associada a diferentes fatores:
- Predisposição genética;
- Aumento repentino de peso;
- Baixos níveis de hidratação cutânea;
- Défices de vitamina C, zinco e proteínas, nutrientes essenciais à síntese de colagénio.
Há ainda um fator frequentemente esquecido: o stress.
3. O impacto do stress na pele
O stress ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando à libertação de cortisol.
Durante a gravidez, os níveis desta hormona já estão naturalmente mais elevados devido à produção placentária — o que é fisiológico e necessário para o desenvolvimento do bebé.
No entanto, quando há stress emocional ou físico prolongado, o corpo produz ainda mais cortisol, e isso pode influenciar diretamente a pele.
O cortisol em excesso:
- Diminui a atividade dos fibroblastos (as células que produzem colagénio e elastina);
- Aumenta a degradação das fibras existentes;
- Compromete a barreira cutânea, reduzindo ainda mais a hidratação;
- Favorece uma espécie de “elastose funcional” — a pele perde a sua elasticidade.
Com todas estas fragilidades, torna-se mais provável que o estiramento natural da gravidez cause microfissuras e estrias.
4. Então, como prevenir?
É do conhecimento geral que a hidratação da pele tem um papel comprovadamente preventivo e terapêutico.
Os estudos mostram que manter o manto hidrolipídico íntegro (camada protetora da pele) aumenta a elasticidade e a resistência à distensão.
Contudo, este cuidado pode ser insuficiente, uma vez que as estrias têm causas multifatoriais.
Adotar estratégias complementares, como controlar o stress, ajuda a manter o equilíbrio hormonal e, por consequência, a saúde da pele.
Medidas simples que podem potencializar o efeito do hidratante:
- Respiração consciente e meditação: reduzem a atividade do eixo do stress;
- Caminhadas leves e alongamentos: melhoram a circulação e a oxigenação da pele;
- Sono regular e descanso adequado: essenciais para a regeneração celular;
- Apoio emocional: conversar sobre preocupações e manter uma rede de suporte reduz o impacto psicológico da gravidez.
Conclusão
Prevenir estrias na gravidez é um processo multifatorial — não basta aplicar um bom creme.
A hidratação externa protege a pele, mas o equilíbrio interno, através da gestão do stress e de hábitos saudáveis, é o que mantém a sua capacidade de adaptação.
Quando a mente está calma, o cortisol mantém-se em níveis adequados, os fibroblastos funcionam melhor e a pele responde de forma mais eficaz às transformações naturais da gravidez.