O cocó do bebé: o que é normal e o que deve preocupar os pais

Descobre o que é normal no cocó do teu bebé — cores, consistência e frequência — e quando deves ficar atento a sinais de alerta. Explicação simples da médica pediatra Patrícia Dias Santos.

O cocó do bebé: o que é normal e o que deve preocupar os pais

Os primeiros meses de vida trazem muitas dúvidas aos pais, e uma das mais comuns é sobre as variações de cor, consistência e frequência do cocó do bebé.
Esta é uma pequena ajuda para distinguir o que faz parte do normal desenvolvimento daquilo que merece atenção médica.


O que é normal

  • Primeiros dias de vida: o recém-nascido elimina o mecónio, um cocó muito escuro, quase preto ou esverdeado — totalmente normal nesta fase inicial.
  • A partir do final da primeira semana: as fezes tornam-se mais claras, passando a tons de amarelo ou castanho claro.
    É frequente que o cocó seja amarelo mostarda, de consistência mole ou pastosa, muitas vezes com pequenos grumos, mas também pode ser um pouco mais espesso e de cor castanha ou esverdeada.
  • Variações de cor: pigmentos naturais dos alimentos, como os carotenos (presentes na cenoura, abóbora e batata-doce) e as antocianinas (presentes na beterraba, amoras e mirtilos), podem alterar temporariamente a cor das fezes do bebé sem indicar problema de saúde.
  • Frequência: não existe um “número certo” de dejeções.
    Alguns bebés fazem cocó várias vezes por dia, enquanto outros podem passar alguns dias sem evacuar.
    Desde que o bebé esteja confortável, a alimentar-se bem e a ganhar peso, estas diferenças são consideradas normais.

Sinais de alarme

Apesar da variação ser habitual, existem situações em que o cocó do bebé pode indicar um problema de saúde e justificar observação médica:

  • Cocó branco, cinzento ou muito pálido: pode significar ausência de pigmentos biliares e estar relacionado com doenças do fígado ou das vias biliares.
  • Presença de sangue vermelho vivo: pode ter várias causas (fissuras anais, alergias alimentares ou outras) que necessitam de avaliação médica.
  • Cocó preto após a primeira semana de vida: quando não está relacionado com ferro ou medicamentos, pode ser sinal de sangue digerido.
  • Alterações acompanhadas de outros sintomas: como dor intensa, vómitos, barriga muito distendida ou ausência de aumento de peso.

Em caso de dúvida, é sempre recomendável observar o bebé no seu conjunto e consultar um profissional de saúde.
A cor e a consistência das fezes são apenas uma das formas que o corpo tem de comunicar — e os bebés, mesmo sem palavras, sabem fazê-lo muito bem.

Patrícia Dias Santos Médica Pediatra

Patrícia Dias Santos
Patrícia Dias Santos

Médica Pediatra com formação pós-graduada em Aleitamento Materno. Acredito numa medicina próxima e humanizada, onde ciência e empatia caminham lado a lado. Procuro que cada consulta seja um momento de confiança, partilha e acolhimento, promovendo o crescimento e desenvolvimento saudáveis das crianças e o bem-estar das suas famílias.

Publicado em 12 de outubro de 2025

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